Gildo Lima /Agência TARDE
Na Igreja de Boa Viagem, a situação é de calamidade. A fachada com muitos azulejos quebrados assusta, mas nada é pior do que o interior. As pilastras, que sustentam o andar onde fica o coro, estão até hoje com as mesmas vigas de ferro da época que a igreja foi reaberta, em 2008.
Conforme contou o pároco da Nossa Senhora da Boa Viagem, Padre Adilson do Carmo, a igreja esteve fechada entre 2007 e 2008 porque corria o risco de desabar. Depois de uma avaliação, o Iphan determinou que as pilastras que ficam no interior da igreja recebessem vigas de ferro para dar maior sustentação ao andar de cima, onde fica o coro. No entanto, essa era uma medida que teria validade por um ano, ou seja, até 2009. Mas elas continuam as mesmas até hoje.
O pároco diz que o Iphan faz vistorias na igreja e mesmo assim nunca pediu que o local fosse interditado por conta das pilastras rachadas e pelo vencimento da medida de segurança provisória.
O instituto finaliza dizendo que “é de responsabilidade da Defesa Civil do município de Salvador a avaliação da necessidade de interdição da igreja em função dos problemas apresentados”.
Em nota, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) informou que não realizou nenhuma vistoria na Igreja Nossa Senhora da Boa Viajem em 2011. “O órgão não recebeu nenhuma solicitação por parte da administração do templo nem do Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan) para que a análise fosse realizada, o que é necessário por não se tratar de um imóvel público”, informou.
Burocracia - Como os três prédios são tombados, é necessária autorização e um assessoramento do Iphan para qualquer tipo de intervenção. Sem essa autorização, os devotos sustentam o telhado encaixando pedaços de madeira nos locais onde existem ripas podres e tomadas de cupim.
Todos os dias pela manhã é preciso remover o pó deixado pelos cupins nas cadeiras e mesas na sede da devoção.
Em resposta à denúncia da sede da devoção e da garagem da galeota, o Iphan informou que “já foi designado um técnico para efetuar vistoria no monumento, fornecendo todas as orientações necessárias à recuperação do imóvel”. O órgão não esclarece quando enviou um técnico e a presidente da devoção rebate a resposta.
“É mentira. Quero saber quem eles mandaram e quem recebeu o técnico. Eu fiz as solicitações, acho que no mínimo ele devia me procurar”, alega Acácia.
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