Acompanhada por uma mulher, que seria sua advogada, Adriene foi a primeira a chegar à 16ª DP (Barra da Tijuca) para prestar depoimento acompanhada por dois inspetores da polícia. Adriano chegou cerca de 1h depois ao local. Das seis pessoas ouvidas até o momento pela polícia, Adriene é a única que diz que o jogador estava no banco de trás do carro, de onde partiu o tiro.
O advogado de Adriano, Ivan Santiago, o PM reformado Júlio César Barros, proprietário da arma que dirigia o veículo no momento do disparo, e Viviane Faria, outra mulher que também estava no carro, também já estão na 16ª DP. O atacante do Corinthians chegou pouco antes de 15h30m.
Adriene foi a primeira a ser ouvida pelo delegado Fernando Reis. Depois, foi a vez de Viviane Faria e do funcionário da casa de shows de onde Adriano e o grupo saíram quando houve o disparo. Já ouvido informalmente, ele confirmou a versão de Adriano, o próximo a depor. Somente depois disso, começará a acareação.
- Aqui vocês vão poder ver tudo o que aconteceu, exatamente do jeito que a gente imaginava. Nossa ideia é fazer tudo da maneira mais transparente possível – afirmou Reis, ressaltando que daria uma entrevista mais detalhada após a acareação.
A operadora de telemarketing Andreia Ximenes, que também estava no carro de Adriano no momento do tiro, também está na delegacia para prestar um novo depoimento. Na entrada, ela falou rapidamente com os jornalistas.
- Acho que vai ficar provado que o Adriano é inocente – disse Andreia Ximenes.
Em depoimento na segunda-feira, Adriano contou que estava no banco do carona dianteiro. No domingo (25), o delegado afirmou que, de acordo com os primeiros dados da perícia, o tiro que atingiu a mão da estudante partiu do banco de trás. No primeiro depoimento, Adriene contou à polícia que o atacante do Corinthians disparou acidentalmente ao manusear a arma.
Versão de Adriano
Adriano prestou depoimento na 16ª DP, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no fim da tarde de segunda-feira. O jogador do Corinthians confirmou sua versão de que não foi o autor do disparo e que os exames para detectar a presença de pólvora na mão vão confirmar que ele está dizendo a verdade.
- A arma estava entre os bancos. Ela pegou e disparou acidentalmente. Depois do barulho, nos abaixamos. No momento, ela não sentiu nada. Mas com certeza pegou a arma. Os exames vão sair, e será comprovado que não estou mentindo. Cabe a vocês acreditarem ou não. Quando as coisas acontecem com o Adriano, a repercussão é sempre maior – disse.
Adriano ficou duas horas e 15 minutos após a sua chegada, e afirmou que o depoimento “foi tranquilo”. Contou que no sábado foi a primeira vez que viu Adriene Cyrillo Pinto, apresentada a ele por um amigo que estava em uma casa noturna. E afirmou que não vai mais pagar pelo tratamento da jovem, que levou um tiro acidental na mão esquerda no carro do atacante:
- Conheci ela a partir de um amigo que estava na boate. Foi a primeira vez que a vi. O que ela está fazendo não é justo, não tem caráter. Eu ia ajudar, visitar e pagar o tratamento, mas não farei mais. Não tem cabimento fazer isso para uma pessoa que está fazendo isso comigo. Tirei até a minha camisa para ajudá-la. Sou uma pessoa pública, fiquei preocupado com ela e com minha imagem. Mas não vou tentar prejudicá-la, espero que se recupere.
Carro de Adriano com a marca de bala na delegacia
(Foto: Agência EFE)
A versão do Imperador sobre o ocorrido foi confirmada por outras três testemunhas. A perícia já concluiu que o tiro foi dado do banco traseiro. A arma pertence ao PM reformado Júlio César Barros, amigo de Adriano, que dirigia o veículo. Segundo Fernando Reis, Júlio César foi negligente e terá de responder por isso. Outros amigos do Imperador contaram ao GLOBOESPORTE.COM que o atleta se preocupou em não ocultar provas.

Mentira pode complicar Adriano ou Adriene
Na segunda-feira, o delegado Fernando Reis contou que Adriene está envolvida em outros três processos como vítima – de lesão corporal, saidinha de banco e ameaça – e alertou sobre a pena no caso de ela estar mentindo.
- Ela diz que o Adriano passou a arma para ela, e ele diz que ela pegou. Se for provado que é mentira dela, configura-se denunciação caluniosa, o que é sério. Então ela que pense duas vezes, porque a pena é de dois a oito anos de prisão. Mesmo ela estando envolvida nesses três processos, não há nada que me prove de que ela é uma golpista – avisou.

Carro de Adriano passou por perícia. Amigas de Adriano que estavam no carro também prestaram depoimento (Foto: Montagem sobre fotos da EFE e de Marcos de Paula / Agência Estado)
Fernando Reis não descartou a possibilidade de o atleta ter mentido, mas garantiu ter ouvido um discurso muito parecido com o utilizado durante a entrevista coletiva.
- Além de ter ratificado o primeiro relato dele, passou alguns pontos que ficarão guardados de maneira sigilosa, que serão utilizados como objeto de acareação. Caso eu os divulgue agora, as outras partes envolvidas ficarão sabendo de tudo. O depoimento dele foi bem coerente com o que ele disse para vocês. Agora buscamos outros depoimentos para saber onde está a contradição. Alguém está mentindo – garantiu Reis.
Se Adriano for a parte que está faltando com a verdade, ele responderá pelo crime de fraude processual. Isto pode lhe render dois ou três anos de cadeia.
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